Quem chega a Salvador para uma temporada de férias ou para um fim de semana prolongado facilmente encontra diversas opções de lazer em cada um dos quatro cantos da primeira capital do Brasil. Cartão-postal é o que não falta na cidade que reúne características marcantes como a riqueza cultural de um povo hospitaleiro, belezas naturais, edificações históricas que datam de vários períodos, além de uma atmosfera festeira dificilmente encontrada em outras cidades.
Mas é exatamente no mar que alterna tons de verde e azul, a depender das condições climáticas, que também pode ser encontrada uma extensa diversidade, bem variada daquela que encontramos na capital baiana. No lugar de batuques, danças e comidas de diferentes sabores, são encontradas milhares de espécies de peixes, corais, moluscos, dentre outros seres misteriosos que habitam o fundo do oceano.
Mergulhar na Baía de Todos-os-Santos é ter a sensação de liberdade para contemplar um universo bastante curioso e repleto de surpresas para lá de agradáveis. A região concentra mais de dez pontos ideais para a prática do mergulho que, a cada ano, vê crescer o número de adeptos, em especial os turistas. A maioria dos turistas que vem a Salvador para uma aventura no fundo do mar é formada por estrangeiros. “Eles chegam a 60% do nosso número de clientes; em seguida vem os brasileiros do Sul e do Sudeste, que representam 30%”, cada operadora de mergulho realiza em média, 20 saídas com turistas por mês, os baianos conhecem pouco os mares da Boa Terra e são menos de 10% entre os que procuram as empresas especializadas em mergulho.
Para mergulhar pela primeira vez, o turista assiste a uma espécie de aula com algumas instruções de como proceder durante a imersão, sobretudo técnicas de respiração e convivência com a pressão. A atividade é permitida para pessoas com idade entre oito e 70 anos e que gozem de bom estado de saúde.
Os custos variam de acordo com a experiência do mergulhador. Para uma pessoa credenciada e que possui equipamentos de segurança, o passeio fica R$ 150, já o batismo custa R$ 150 para um mergulho na praia em águas rasas, R$ 200 para o mergulho a partir do barco em águas com maior profundidade e direito a uma imersão e R$ 250 com direito a duas imersões, já incluído o aluguel do equipamento. Com mais R$ 50, o turista leva um CD com as fotos do passeio subaquático.
Antes de cair na água, é possível contemplar de um ângulo diferente os grandes cartões-postais de Salvador, como o Porto e Farol da Barra, o Corredor da Vitória, a Avenida Contorno e a Gamboa, o Forte de São Marcelo, Elevador Lacerda e Mercado Modelo.
Ao fim da visita ao fundo do mar, nota-se diferenciais da capital baiana para a prática do mergulho, como a riqueza natural com uma grande quantidade de espécies marinhas, o vasto número de embarcações naufragadas entre os séculos XVII e XX e a temperatura da água, que mesmo à noite não fica abaixo de 20ºC.
No Porto da Barra, os aventureiros descem cerca de 10 metros e encontram um ambiente difícil de descrever sem se emocionar. O balé e o colorido proporcionados pelos cardumes de peixes coloridos, como os barrigudinhos e budiões, encantam principalmente os que chegam ao fundo do oceano pela primeira vez. Caranguejos, lagostas e moluscos também participam do espetáculo e parecem não estranhar a presença dos forasteiros humanos em seu ambiente, assim como os recifes de corais que completam o visual paradisíaco habitado por mais de 250 espécies, entre eles o esquisito peixe-pedra. Também pode-se contemplar as belezas proporcionadas pelos destroços do navio Maraldi, afundado em 1875 e que se encontra a 12 metros de profundidade, próximo ao Forte de Santa Maria.
A primeira entrada no mar ou batismo, como preferem os especialistas, ocorreu com um salto denominado Passo de Gigante, no qual o mergulhador anda pelo fundo do barco até “pular” no vazio. Já a segunda, foi no melhor estilo rolamento dorsal.
Os turistas ou mergulhadores experientes e também os principiantes em estágio avançado têm no Cavo Artemidi um dos pontos mais fantásticos para imersão. O navio grego, que naufragou próximo ao bairro de Ondina, em Salvador, no ano de 1980, quando transportava ferro para fundição, tinha 170 metros de comprimento e pode ser visto a nove metros de profundidade e também a 30 metros da superfície, principalmente durante o verão. Considerado o maior naufrágio de toda a costa brasileira, o Cavo Artemidi ainda conserva, em estado razoável, o seu salão principal e a casa de máquinas, proporcionando belas imagens em vídeo e também fotografias plasticamente perfeitas.
Outro ponto interessante é o Banco da Panela, que fica próximo ao Porto de Salvador. O local, que tem uma profundidade de aproximadamente 15 metros, é considerado área de preservação da Marinha e nada pode ser retirado de lá.
Os mergulhos noturnos, por sua vez, também podem ser feitos na Baía de Todos-os-Santos, em especial o Blackadder, que está a cerca de 100 metros da Praia de Boa Viagem, e o Cap Frio, embarcação afundada próxima ao Farol da Barra. Em ambos os locais podem ser encontrados cardumes e também lagostas e outros crustáceos.
Escolas oferecem cursos de mergulho
Uma das principais preocupações dos instrutores das agências especializadas é a segurança dos mergulhadores, em especial dos principiantes. “Os equipamentos, que são compostos de Cilindros de ar-comprimido, manômetros, coletes, máscaras, reguladores de ar, macacões e nadadeiras, recebem a devida manutenção”.
Os cursos, cujos valores são R$ 800 em média, contam com cinco módulos teóricos, revisões em vídeo para assistir em casa, prova teórica e avaliação prática. Cinco atividades são realizadas em águas confinadas (piscinas) e uma na piscina natural do Porto da Barra, onde os futuros mergulhadores já interagem com peixes e outros seres marinhos.
Além do curso básico para mergulhos em até 18 metros de profundidade, há também o avançado para 30 e 40 metros, e o de resgate que inclui atividades noturnas e locais com correnteza.
17 de fevereiro de 2011 as 7:02
Gabriel Carvalho – Redação Bahia.com.br
*Colaboraram Tereza Torres e Caroline Martins Fotos: Tatiana Azeviche
*Colaboraram Tereza Torres e Caroline Martins Fotos: Tatiana Azeviche
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